Cães de assistência: quatro patas em ação
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O cão é considerado o melhor amigo do homem. Mas alguns cães são muito mais do que companheiros fiéis ao nosso lado. Eles assumem tarefas importantes e têm um treino especial. Vamos dizer-lhe como nos ajudam os cães de assistência.
Cães de assistência
Cães de assistência a pessoas com limitações físicas
Os cães de assistência vivem com pessoas que têm limitações físicas e ajudam-nas na vida quotidiana. Eles ajudam, por exemplo, a fazer as compras, a vestirem-se ou despirem-se. Estes cães conseguem ligar interruptores e abrir portas. As suas tarefas dependem do tipo de ajuda que a pessoa necessita. Um cão de assistência geralmente é treinado para uma pessoa específica. Os cães de assistência mais conhecidos são os cães-guia. Porém, nem todos os cães são adequados para trabalhar como cão de assistência. Os cães adequados para tal finalidade são selecionados desde cachorros e treinados desde cedo. O período de treino varia e depende do propósito para o qual os cães estão a ser treinados.
Cães-guia
Os cães-guia enquadram-se no conceito de cães de assistência. Segundo o Decreto-Lei n.º 74/2007, de 27 de Março, “o cão-guia é um cão que foi treinado ou que está na fase de treino, para ser atribuído e auxiliar uma pessoa com deficiência visual”. Quando estão fora do seu ambiente habitual, é muito difícil para uma pessoa com deficiência visual conseguir orientar-se. E é nestas situações que os cães-guia ajudam os seus donos na vida quotidiana. Os cães-guia normalmente são treinados apenas consoante as necessidades da pessoa. O treino do cão pode levar entre seis a nove meses, dependendo do centro de treino. Seguem-se sessões de treino com a duração de três a quatro semanas, durante as quais o futuro utilizador do cão e o próprio cão aprendem a confiar e a interagir um com o outro. Por fim, geralmente há uma prova, durante a qual o cão e a pessoa têm que provar que se tornaram uma equipa.
Cães de serviço (Medical dogs)
Os cães de serviço também se enquadram no conceito de cães de assistência. Estes incluem, por exemplo, cães de alerta a diabéticos que vivem com pacientes diabéticos. Estes cães conseguem perceber as flutuações de açúcar no sangue. Estudos mostram que estes cães reagem a uma redução da saturação de oxigénio na pessoa afetada. Isso é detetável pelos ouvidos sensíveis do cão, através da respiração alterada do dono. Se o nível de glicose reduzir para valores que apresentam risco de vida, o cão avisa o seu dono a tempo para que ele possa reagir adequadamente e tomar dextrose ou algo equivalente. Mas também detetam o excesso de açúcar, de modo a que o doente possa injetar a insulina, se necessário. Além disso, os cães de serviço também são usados, por exemplo, por doentes com epilepsia ou asma. O período de treino dos cães varia e depende tanto da organização onde recebem formação, como da finalidade para a qual vão ser treinados.
Cães de resgate
Os cães de resgate também são denominados cães de busca. São treinados para diferentes finalidades e completaram uma prova de cão de salvamento. São especialmente conhecidos os cães de busca em neve e os cães de busca em escombros. Além disso, existem, por exemplo, os cães de busca em grandes áreas e cães de busca em meio aquático, para operações de pessoas perdidas em zonas aquáticas. Os cães de resgate trabalham sempre em binómio, com um guia, e podem também ser usados em equipas de cães de resgate e salvamento, juntamente com outros cães.Os cães de resgate são cães domésticos normais que vivem integrados em famílias. Tanto o cão como o guia treinam para uma finalidade específica. A formação dura cerca de dois a três anos e inclui várias provas.
Cães de busca em neve
Os cães de busca em neve também integram a designação de cães de resgate. São usados quando há vítimas humanas após a ocorrência de avalanches de neve. Embora existam atualmente dispositivos técnicos para localizar pessoas soterradas, o faro canino continua a ser o método mais fiável. Com o seu faro apurado, os cães conseguem farejar pessoas mesmo que estejam sob quatro metros de neve. Os cães de busca em neve são usados, naturalmente, em áreas de neve – o treino destes pode variar de acordo com o centro de formação.
Cães de serviço
Cães-polícia
Também a polícia conta com o apoio de cães para cumprir as suas funções. Os cães-polícia pertencem a grupo dos cães de serviço. Eles seguem pistas, farejam explosivos, drogas ou pessoas, por exemplo. Além disso, também servem para proteger os próprios agentes policiais. Porém, nem todos os cães são adequados para serem cães-polícia. Em média, apenas um em cada cem cães atinge os objetivos exigidos. Os cães adequados passam por um treino especial e vivem com os seus tratadores/treinadores, também eles agentes da polícia. A formação faz-se a partir do ano de idade e dura entre um a três anos.
Cães farejadores
Os cães farejadores, tal como os cães-polícia, pertencem aos cães de serviço. Protegem as alfândegas em funcionamento e os aeroportos e são usados como cães de proteção e farejadores. São treinados para detetar mercadorias ilegais ao entrar nas fronteiras nacionais, como é o caso de droga ou tabaco. Este tipo de cães é conduzido por um treinador e recebe formação apenas em escolas próprias para esta finalidade. O treinador e o cão farejador fazem uma equipa singular e eficiente. A formação da equipa pode levar entre 12 a 18 meses.
Outros cães de trabalho
Cães de pastoreio, cães de gado e cães pastores
Os cães de pastoreio são usados para manter o gado, ovino ou bovino, todo junto, como um rebanho. Num rebanho se os animais estiverem juntos estão mais bem protegidos contra predadores naturais, como por exemplo os lobos. Os cães que protegem o gado desses predadores são chamados cães de gado. Os cães de pastoreio são geralmente pequenos e ágeis mas menos adequados para a defesa. Os cães que podem ser usados tanto para pastoreio como para proteção são chamados cães pastores. Estes cães utilizados na pecuária vivem com os agricultores. Para estes há seminários específicos para saberem como treinar os cães, de acordo com suas necessidades.
Cães de caça
Quando a amizade entre os humanos e os cães começou, estes ajudavam principalmente na caça e até aos dias de hoje os caçadores contam com a preciosa ajuda dos cães. Há, por exemplo, os cães apontadores que indicam ao homem onde está a caça. Estes têm um comportamento especial: os cães permanecem em silêncio, parados e apenas levantam uma pata dianteira, que dobram para trás. Os cães de caça também incluem os que vão recuperar o animal atingido e trazem-no ao caçador. Os Terriers caçam raposas, guaxinins e animais semelhantes nas tocas. Os Sabujos seguem as pistas de animais feridos. Aliás, são cães de montaria, de olfato muito apurado. O uso de cães de caça é regulamentado por lei. O tempo de treino varia dependendo do campo de aplicação – mas geralmente começa desde cachorro e completa-se em cerca de dois anos.
Cães de guarda
Os cães de guarda protegem uma determinada área, a qual pode ser uma casa, um terreno ou mesmo um pasto com animais. O seu campo de ação normalmente é vedado. Dependendo do tipo de cão de guarda, este indica que há intrusos ladrando ou reagindo à defesa ou mesmo atacando. Por norma, os cães de guarda cumprem a sua tarefa por conta própria, sem que seja necessário estar presente um ser humano. Acima de tudo, os cães de guarda servem como dissuasores e servem para dar sinal quando detetam intromissões não autorizadas no seu território. O treino não é regulado uniformemente, mas é importante que cão e dono trabalhem em conjunto com um treinador profissional. O treino por pessoas individuais não é reconhecido na Alemanha.