Dicas para educar vários cães
© DoraZett / stock.adobe.com
Ao contrário dos coelhos ou papagaios, os cães não precisam impreterivelmente de ter outro patudo em casa, já que o seu dono é o cuidador mais importante para eles. Contudo, muitos amantes de cães gostam da ideia de ter um segundo ou terceiro cão em casa. As vantagens são óbvias: os patudos têm sempre um parceiro para as brincadeiras, com o devido treino não é difícil levar dois cães a passear com trela, e os cuidados e alimentação também são simples.
Sumário
Os riscos de ter vários cães
No entanto, há sempre alguns riscos em acrescentar um novo membro à matilha. Isto inclui, por exemplo, que quaisquer problemas que já existam possam ser agravados. Para dois cães formarem uma matilha vão ter de se entender cada vez melhor um com o outro. E claro, eles também aprendem uns com os outros – e isto não se refere apenas ao que é positivo. E por isso, se o dono não treinou devidamente o primeiro cão e, por exemplo, espera que um segundo cão influencie positivamente o velhote desobediente e facilite a educação de ambos, fique desde já a saber que essa esperança provavelmente é vã. Pelo contrário, o que normalmente acontece é que os aspetos negativos do primeiro cão vão duplicar. Só deve pensar em ter um segundo cão se o primeiro demonstrar uma obediência básica perfeita e um bom comportamento social. Não só em termos do treino, o simples facto de haver vários cães pode trazer muita confusão: será que a pessoa que cuida do primeiro cão, tem disponibilidade para mais um? Do mesmo modo, o dono tem espaço para levar mais um cão numa viagem, por exemplo? Por último, mas não menos importante, é preciso lembrar que um segundo cão do mesmo tamanho geralmente acarreta o dobro das despesas em alimentação, taxas e veterinário.
Como posso fazer a escolha certa do segundo cão?
Quando se trata de encontrar o parceiro certo para o seu cão, tem de pensar da mesma forma como acontece com os humanos: o mais importante é que haja química! Porém, é possível aumentar a probabilidade de criar a equipa de sonho se fizer uma escolha inteligente. Lembre-se: um cachorro acabado de desmamar vai orientar-se muito, no comportamento, pelo seu primeiro cão. Isto significa que se o seu primeiro cão for bastante ansioso, esta característica pode ser transferida também para o segundo cão. Nalguns casos, no entanto, o primeiro cão pode aprender com o novo companheiro, por exemplo, quando este é muito sociável e auto-confiante dando segurança ao primeiro cão. Basicamente, os dois cães devem ser semelhantes no temperamento, para que possam interagir melhor. Algumas associações de proteção de animais oferecem a mediação de “segundos cães” adultos, sugerindo de início levar para casa o segundo cão, apenas temporariamente. Se se verificar a referida química entre os dois patudos, então o segundo cão encontrou o seu novo lar. Mesmo quando recebe um cachorro, deve pedir ao criador conselhos sobre se a raça e a personalidade do animal são os mais adequados para conviver com o primeiro cão que já tem em casa. Um cachorro geralmente é fácil de treinar – mas em todo o caso, não escolha o maior rufia na ninhada para ser o seu segundo cão.
É claro que, se quer um segundo cão o género dele também vai fazer diferença. Se tiver um macho e adquirir uma fêmea, caso não queira que se reproduzam, lembre-se que terá de separá-los completamente por alguns dias duas vezes por ano, durante o cio. |
Em alternativa pode optar por esterilizar um deles.
Tendo isto em conta, é mais fácil ter dois animais do mesmo género, se forem bem comportados, embora seja de notar que, por norma, macho e fêmea entendem-se melhor espontaneamente.
Além disso, por exemplo, um cão jovem ou ainda cachorro, geralmente aceita bem a posição superior de uma cadela sendo esta mais velha e, deste modo, a hierarquia é muito clara desde o início.
Habituar os patudos um ao outro
Nem todos os cães recebem de ânimo leve um novo companheiro de quatro patas: muitos vêem-no como um intruso no seu território familiar e desejam que aquele hóspede não convidado se afaste rapidamente. Certifique-se que continua a dar a devida atenção ao seu cão mais antigo: cumprimente-o primeiro, alimente-o primeiro, não lhe tire a cama nem os brinquedos. Assim, ele não sentirá a sua posição ameaçada. Instrua os amigos que o visitam, e que estão curiosos sobre o seu novo cãozinho, a fazerem o mesmo: a dirigirem-se primeiro ao cão mais antigo e só depois ao novo cachorro. Em qualquer caso, como dono de um cão, deve aceitar a hierarquia entre eles pois se, por simpatia, preferir o cão que tem o escalão inferior na matilha, isso levará a conflitos.
Educação
A educação de vários cães em simultâneo é um processo lento no início – começa, desde logo, com o treino para ir passear. Recomendamos que não ande com os dois cães juntos logo de início. O novo cão deve ir passear só com o dono para aprender as regras de obediência básica e de lealdade.
Só quando o pequenote já tiver feito progressos é que poderá levar os dois cães a passear ao mesmo tempo. Provavelmente, o seu primeiro cão não vai poder passear com tanta frequência durante o período de treino do mais novo, pois é importante poder aumentar o tempo de treino de forma gradual.
Ao educar vários cães, pode usar os mesmos sinais para “senta”, “fica” e assim por diante. De início faça sempre o treino apenas com um cão, até que o patudo siga as suas indicações sem dificuldade e em segurança. Deve chamá-lo sempre pelo nome e estabelecer contacto visual. Por fim, poderá fazer o treino com dois ou três cães em simultâneo.
Desejamos-lhe grandes momentos de diversão com a sua matilha!