Calos nos cães This article is verified by a vet

Calos nos cães: cão castanho deitado no chão

Os cães que desenvolvem calos geralmente dormem regularmente em pisos duros.

Descobriu que o seu cão tem a pele endurecida na zona dos cotovelos? Provavelmente o seu patudo tem um calo, uma condição também conhecida como “escaras de decúbito” ou hiperqueratose. Neste artigo explicamos como se formam os calos, como prevenir esta situação e também as consequências dos calos nos cães para a sua saúde geral.

Cães com maior tendência a desenvolver calos

De uma forma geral, qualquer cão, independentemente da sua raça, idade ou género pode desenvolver calos. No entanto, alguns cães têm maior tendência a apresentar este problema que outros:

  • Os cães mais velhos que, comparativamente aos mais jovens, passam mais tempo deitados, têm maior probabilidade de desenvolver calos.
  • Os cães de raças grandes são, naturalmente, mais pesados do que os de raças pequenas e, por isso, apresentam calos com maior frequência.
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Os calos geralmente surgem na zona dos cotovelos e são muito fáceis de identificar

O aspeto dos calos nos cães

Apesar de aparecerem geralmente nos cotovelos, os calos nos cães também podem surgir noutros locais do corpo, nomeadamente:

  • Na zona do peito, mais concretamente, no externo
  • Nos tornozelos
  • Outras articulações

Ou seja, as zonas do corpo suscetíveis a desenvolver calos são as que têm os ossos mais próximos da pele e que estão expostas a mais pressão quando o patudo se deita ou senta.

Os calos nos cães têm as seguintes características:

  • Pele grossa, áspera ao toque e rachada
  • Perda de pelo na zona do calo
  • Pele com tonalidade mais escura do que no resto do corpo
  • A pele seca pode gretar e apresentar pequena hemorragias

Na maior parte dos casos, os calos nos cães são bilaterais, ou seja, aparecem nos dois membros afetados. No entanto, alguns patudos sofrem de calos unilaterais.

Quando ir ao veterinário?

Se as alterações na pele se agravarem rapidamente ou se o seu cão apresentar outros sintomas, por exemplo, fraqueza, febre, perda de peso acentuada, deve levá-lo ao veterinário. Durante a consulta, o veterinário vai examinar a pele e verificar se o calo não é um cancro da pele em estádio inicial.

Diagnóstico dos calos nos cães

Visto que os calos têm um aspeto e localização específicas, os veterinários reconhecem este problema à primeira vista. No entanto, nalguns casos pode ser necessário fazer uma biopsia para descartar a possibilidade de um cancro. A biopsia é o exame por excelência para o diagnóstico do cancro e consiste na remoção de uma pequena amostra de pele com uma pinça para o efeito. Em seguida, a amostra é observada e analisada em laboratório para saber se existem ou não células patológicas na pele do patudo.

Higroma

Os higromas são também muito semelhantes aos calos no que se refere ao aspeto. No entanto, um calo e um higroma são problemas de saúde bastante diferentes, visto que o higroma consiste numa bolsa cheia de líquido, enquanto um calo é a acumulação de pele. Quer o higroma, quer o calo geralmente desenvolvem-se quando os cães passam muito tempo deitados.

Tratamento dos calos nos cães

Se os calos do seu patudo ficarem inflamados e causarem dores, o veterinário prescreve anti-inflamatórios e analgésicos. Por outro lado, se o patudo apresentar sintomas de infeção, ele terá de tomar antibióticos.

No entanto, regra geral, os calos nos cães não desenvolvem inflamações ou infeções e, por isso, não precisam de cuidados muito especiais. Assim, caso o seu patudo tenha calos é aconselhável dar-lhe um local mais macio para se deitar, como uma almofada ou uma cama. Além disso, o seu veterinário pode prescrever uma pomada que torna a pele mais macia e estimula a circulação sanguínea.

Causas dos calos nos cães

Os calos surgem quando a pele está sob pressão ou sofre uma fricção de forma continuada e recorrente. Assim, os calos nos cães costumam surgir quando eles ficam muito tempo ou com muita frequência deitados em pisos duros, como cimento ou ladrilhos. Além disso, cães que não costumam fazer exercício físico regular, devido a problemas de saúde ou à idade, também têm mais tendência a desenvolver calos. Por fim, cães que passam a maior parte do tempo presos com trela e coleira ou que vivam em canis também podem apresentar calosidades devido às condições em que vivem, neste caso independentemente da idade.

Prognóstico

Se os calos do seu cão não estiverem muito grandes nem inflamados, não tem grandes razões para se preocupar. No entanto, quando levar o seu patudo ao veterinário fale-lhe no assunto. Na consulta, o veterinário examina a pele e determina se o patudo tem dores.

Visto que os calos não costumam desaparecer, é importante observar regularmente a zona afetada para controlar a sua evolução. Não deixe também de aplicar a pomada, caso o seu veterinário a tenha prescrito. Dessa forma, previne o surgimento de outros problemas.

Prevenir o aparecimento de calos nos cães

Infelizmente, nem sempre é possível evitar o aparecimento de calos. Mas com alguns cuidados simples pode prevenir este problema ou pelo menos evitar mais complicações:

  • A forma mais eficaz de evitar que o seu patudo desenvolva calos é dar-lhe uma cama macia, preferencialmente acolchoada, para ele descansar.
  • Se o seu cão tem tendência para desenvolver calos, pode colocar-lhe cotoveleiras enquanto ele estiver deitado.
  • Aplique de vez em quando uma pomada protetora da pele para cães. No entanto, não aplique a pomada se a zona do calo estiver inflamada.

Certifique-se que o seu patudo faz exercício físico regularmente e que ele não fica com excesso de peso.

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Franziska G., Veterinária
Profilbild von Tierärztin Franziska Gütgeman mit Hund

Estudei medicina veterinária na Universidade Justus-Liebig em Gießen, onde pude ganhar alguma experiência em vários campos, como medicina para pequenos e grandes animais, medicina exótica, farmacologia, patologia e higiene alimentar. Desde então, não trabalhei apenas como autora veterinária. Também trabalhei na minha tese, que foi influenciada cientificamente. O meu objetivo é proteger melhor os animais contra patógenos bacterianos no futuro. Além do meu conhecimento, partilho as minhas próprias experiências como dono de um cão e, assim, consigo entender e dissipar medos e problemas, bem como outras questões de saúde animal.


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