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Os cães com alergia às pulgas, ou DAPP, costumam sentir uma comichão intensa.
As pulgas são parasitas que muitas vezes escolhem os cães para habitar. E infelizmente, os cães não costumam gostar nada de ter estes parasitas como inquilinos, visto que as pulgas geralmente provocam desconforto e comichão. No entanto, alguns cães têm dermatite alérgica à picada da pulga, e por isso, sentem uma comichão muito mais intensa. Neste artigo explicamos como esta doença se desenvolve, qual o tratamento e também como evitar que o seu patudo sofra com esta doença.
A dermatite alérgica à picada da pulga, DAAP, ou simplesmente a alergia a pulgas, surge quando o sistema imunitário dos cães reage de forma exagerada à picada das pulgas, ou mais concretamente, à saliva destes parasitas.
Na maior parte dos casos, esta alergia não apresenta consequências graves, sendo a comichão intensa o principal sintoma. No entanto, se o sistema imunitário do cão reagir de forma excessiva, ele pode entrar em choque anafilático, uma situação potencialmente fatal.
Esta é a doença cutânea mais comum entre os cães e é igualmente comum nos gatos. No entanto, muitos cães toleram várias picadas de pulga por dia, sem apresentar sintomas de alergia.
Visto que a alergia à saliva das pulgas demora algum tempo a desenvolver-se completamente, os cães com menos de seis meses de idade normalmente não apresentam esta doença. Assim, os cães com maior probabilidade de desenvolver esta doença são os adultos e os idosos. Por fim, a raça ou o sexo não têm qualquer influência no que se refere ao aparecimento da DAAP.
Um aspeto que, de acordo com os especialistas, influencia o desenvolvimento desta alergia é a quantidade de vezes que um cão tem infestações por pulgas. Ou seja, quanto mais vezes o patudo entrar em contato com estes parasitas, maior a probabilidade de desenvolver a doença. Além disso, cães com dermatite atópica também parecem ser mais suscetíveis a esta alergia.
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A alergia à saliva das pulgas varia, em termos de gravidade de cão para cão. Assim, todos os cães alérgicos sentem comichão, mas a intensidade varia de ligeira a muito intensa. Os patudos com sintomas mais fortes coçam-se muito e podem mesmo chegar a mordiscar as áreas da pele afetadas. Nestes casos, é provável que surjam pequenas feridas que depois criam crostas.
Em alguns cães, em especial nos pastores alemães, as zonas afetadas da pele podem ficar mais grossas ou mesmo formar pequenos caroços. Por fim, é também comum o patudo perder pelo nas zonas onde foi mordido pelas pulgas e ficar com a pele mais escura.
Uma consequência comum desta alergia é o surgimento de infeções bacterianas na pele. Estas infeções resultam das constantes lambidelas e mordidelas dos patudos nas zonas afetadas da pele. Além disso, os veterinários também observam com frequência o aparecimento de fungos (Malassezia pachydermatis) nessas mesmas zonas. Estas inflamações ou infeções são consideradas secundárias, visto que são uma consequência direta da alergia à saliva das pulgas.
Existem zonas do corpo dos patudos mais suscetíveis a desenvolver lesões cutâneas devido a esta alergia. As zonas mais afetadas são:
A alergia à picada das pulgas evolui de forma diferente de cão para cão e, por isso, os sintomas podem surgir quase de imediato ou passado algum tempo. Por exemplo, alguns cães apresentam sintomas num espaço de 15 a 20 minutos após a picada, outros passadas 3 a 8 horas. Por fim, nos cães que apresentam alergia retardada, os sintomas só surgem passado um ou dois dias.
Por vezes, os tutores apercebem-se que o seu patudo está com pulgas e tomam rapidamente medidas para eliminar estes irritantes parasitas. A forma mais eficaz de acabar com as pulgas é utilizar um antiparasitário. No entanto, se os sintomas persistirem, ou seja, se o patudo se continuar a coçar ou apresentar alterações na pele, deve levar o seu patudo ao veterinário.
Choque anafilático: uma situação de emergência Se o seu patudo tiver uma reação alérgica grave, ou seja, se tiver sintomas de um choque anafilático, está perante uma emergência. Os sintomas principais deste problema são perda de consciência, dificuldades respiratórias e vómitos intensos. Neste caso, leve o seu cão imediatamente ao veterinário.
Para fazer o diagnóstico, o veterinário, em primeiro lugar, recolhe informações junto dos tutores, por exemplo, se o patudo faz algum tratamento antiparasitário ou quando surgiram os primeiros sintomas. Em seguida, o veterinário examina o pelo e pelo do patudo para verificar se existem pulgas ou fezes de pulgas. Caso se verifique a presença destes parasitas no patudo, o veterinário vai prescrever a aplicação ou toma de antiparasitários. Se a comichão e comportamentos associados melhorarem ou desaparecerem com o tratamento, é sinal de que o patudo tem alergia à picada das pulgas.
Para confirmar as suas suspeitas, o veterinário pode pedir um teste de alergia. Nesse caso, é necessário recolher uma amostra de sangue ou realizar um teste cutâneo. No entanto, os resultados destes testes não são totalmente fiáveis e, por isso, os veterinários não costumam recorrer com frequência a estes testes.
Visto que esta alergia não tem cura, a melhor forma de lidar com o problema eliminar as pulgas. Para este efeito encontra no mercado diversos medicamentos antiparasitários de aplicação cutânea ou em comprimidos. Além disso, em casos de comichão especialmente intensa, o veterinário pode também prescrever medicamentos com cortisona. Por fim, nos casos em que o patudo desenvolveu infeções secundárias com origem bacteriana ou fúngica é, geralmente, necessário dar respetivamente um antibiótico ou antimicótico ao cão.
Além dos antiparasitários, é também essencial adotar medidas de higiene para eliminar as pulgas de casa e das zonas onde o cão passa mais tempo, como por exemplo, a sua cama.
As pulgas picam os cães e outros animais para sugarem o sangue e nessa altura liberta saliva e são as proteínas presentes na saliva que causam alergias.
Os cães reagem de forma diferente quando são picados por pulgas. Assim, nem todos os cães que sofrem de uma infestação por pulgas apresentam dermatite alérgica à picada da pulga. De acordo com os investigadores, as diferenças estão relacionadas com a forma como o sistema imunitário do patudo reage, ou seja, os cães com um sistema imunitário mais sensível são os que desenvolvem esta alergia.
Existem muitas espécies de pulgas espalhada por todo o mundo. No entanto, a que ataca os cães com maior frequência é a espécie Ctenocephalides felis felis. Estas pulgas medem entre 2 e 4 milímetros e têm o corpo castanho. Além disso, a estrutura das pernas anteriores permite-lhe dar enormes saltos.
As pulgas são parasitas que existem praticamente todo o mundo. No entanto, nas regiões mais quentes as pulgas estão ativas todo o ano, enquanto em zonas frias apenas nos meses quentes. Em Portugal, encontram-se pulgas ativas praticamente todo o ano, contudo elas reproduzem-se em massa a partir da primavera até ao outono.
A maioria das alergias não tem cura, e a DAPP não é exceção. Assim, se o seu patudo tem esta doença deve adotar medidas preventivas durante toda a sua vida. Além higienização regular dos objetos do patudo e da casa que evitam a proliferação das pulgas, deve também dar antiparasitários ao seu cão de acordo com a indicação do seu veterinário.
Os cães podem desenvolver alergias a qualquer altura da vida. Assim, a única forma de prevenir o surgimento desta alergia é fazer a profilaxia contra as pulgas através de medicamentos antiparasitários.
Evite também que o seu cão entre em contato com animais domésticos ou selvagens infestados de pulgas. Lembre-se que os animais selvagens, por exemplo, os ouriços, têm tendência a carregar consigo uma enorme quantidade destes indesejados parasitas.
Estudei medicina veterinária na Universidade Justus-Liebig em Gießen, onde pude ganhar alguma experiência em vários campos, como medicina para pequenos e grandes animais, medicina exótica, farmacologia, patologia e higiene alimentar. Desde então, não trabalhei apenas como autora veterinária. Também trabalhei na minha tese, que foi influenciada cientificamente. O meu objetivo é proteger melhor os animais contra patógenos bacterianos no futuro. Além do meu conhecimento, partilho as minhas próprias experiências como dono de um cão e, assim, consigo entender e dissipar medos e problemas, bem como outras questões de saúde animal.
