Megaesófago nos cães
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O megaesófago nos cães é a doença mais comum do esófago – e bastante perigosa. Neste artigo, irá descobrir quais os sintomas que o podem ajudar a identificar a doença e, ainda, tudo o que precisa de saber acerca do tratamento e do prognóstico.
Sumário
- O que é o megaesófago nos cães?
- Sintomas: quais são os sinais de megaesófago nos cães?
- Causas: como surge o megaesófago nos cães?
- Diagnóstico: como se deteta o megaesófago nos cães?
- Tratamento: como tratar o megaesófago nos cães
- Prognóstico: pode o megaesófago regredir?
- Prevenção: de que forma o megaesófago nos cães pode ser prevenido?
O que é o megaesófago nos cães?
O megaesófago é uma grande dilatação do esófago, normalmente devido à paralisia dos músculos na parede esofágica.
Resultado: a comida ingerida fica presa no esófago. E tem início a fermentação. Formam-se cada vez mais gases, provocando mau hálito.
O megaesófago é um problema perigoso?
Se a doença não for tratada, pode provocar esofagite e outras complicações sérias.
Além do impacto direto do megaesófago na saúde do seu cão, a doença subjacente também comporta sérios riscos.
Infelizmente, até 80% dos cães afetados não sobrevivem à doença. Para aumentar as possibilidades de cura, uma ida atempada ao veterinário é crucial.
Sintomas: quais são os sinais de megaesófago nos cães?
Se o seu cão tiver megaesófago, irá tipicamente exibir regurgitação, imediatamente após comer ou de forma retardada. Isto significa que, ao contrário de vomitar, caso em que a comida é ativamente regurgitada, durante a regurgitação a comida reflui passivamente do esófago ou do estômago.
Além disso, a doença é habitualmente acompanhada por aumento da salivação ou problemas a comer.
Embora outros sintomas, como tosse ou fadiga, também possam verificar-se, muitos cães mostram-se de boa saúde na fase inicial da doença.
Problemas durante a evolução da doença
Quando o seu cão não consegue comer em quantidade suficiente devido ao megaesófago, irá gradualmente perder peso.
Se o animal inalar acidentalmente pedaços de comida, há outra doença que se pode manifestar: pneumonia aspirativa. Esta é uma forma grave de pneumonia que se manifesta, entre outros sintomas, com febre e tosse.
Aparecimento cronológico dos sintomas
Se o megaesófago for congénito, os sinais clínicos manifestam-se nos cachorros, muitas vezes durante a fase do desmame. Se a doença se manifestar mais tarde, os sinais clínicos aparecem de forma mais gradual nos cães adultos.
Quando devo ir ao veterinário?
Quaisquer sinais de doença são motivos para visitar o veterinário. Em geral, uma ida precoce ao veterinário concede melhores chances de tratamento.
Se suspeitar de megaesófago, não perca tempo, pois a doença pode ter sérias consequências. Além disso, é importante trtar as doenças subjacentes o mais depressa e profissionalmente possível.
Causas: como surge o megaesófago nos cães?
Ainda não se sabe ao certo como é que o megaesófago se desenvolve. No entanto, os cientistas suspeitam de uma disrupção nas fibras nervosas periféricas. Tendo em conta que o peristaltismo na parede esofágica está enfraquecido ou falha completamente, ocorre o alargamento patológico do esófago.
Bom saber: no esófago segmental, apenas uma determinada secção do esófago é afetada. Porém, esta forma é muito rara.
Megaesófago congénito (primário)
Até 20% dos cachorros e cães jovens afetados sofrem da forma congénita da dilatação do esófago. A causa está provavelmente associada à perturbação do desenvolvimento do sistema nervoso que inerva o esófago.
Os investigadores descobriram que uma variação genética no pastor alemão está associada à doença. Além disso, os machos apresentam um risco mais elevado de sofrer da doença do que as fêmeas.
Mas também outras raças de cães, como o setter irlandês e o schnauzer anão, são afetadas com mais frequência.
Megaesófago adquirido (secundário)
Os cães adultos podem desenvolver megaesófago em consequência de várias doenças. Estas incluem:
- Doenças dos músculos
- Doença de Addison
- Doenças do sistema nervoso
- Infeções, como cinomose ou tétano
- Envenenamento, por exemplo por chumbo ou tálio
- Tumores
Além disso, a ingestão de corpos estranhos também pode causar megaesófago.
Megaesófago idiopático
Se não for encontrada nenhuma causa para a doença, trata-se da forma idiopática da doença. Então, para detetar esta variante são necessárias uma série de fases de diagnóstico.
Diagnóstico: como se deteta o megaesófago nos cães?
Ao chegar ao veterinário com o seu cão, o médico irá fazer-lhe perguntas acerca do historial médico, cuidados e alimentação do seu patudo.
Em primeiro lugar, o veterinário fará um exame geral para avaliar o estado de saúde atual do seu cão.
Na auscultação dos pulmões, um aumento dos ruídos respiratórios broncovesiculares são a primeira indicação de uma possível pneumonia por aspiração. Portanto, para confirmar suspeitas de megaesófago, o veterinário pode levar a cabo os seguintes exames:
- Inspeção e palpação: ao observar e apalpar o trato digestivo superior, o veterinário pode detetar alterações iniciais. Por exemplo, na zona palpável do esófago, à entrada do peito.
- Procedimentos de imagiologia: uma radiografia ao peito de uma perspetiva lateral é muitas vezes suficiente para identificar situações de megaesófago com segurança. Não é necessário anestesiar o animal. Na verdade, a anestesia pode ser contraprodutiva, pois os anestésicos aumentam o risco de o seu cão inalar partículas de comida.
- Análises ao sangue e testes laboratoriais: o sangue pode dar pistas acerca de uma possível doença subjacente. Por exemplo, o veterinário pode tirar uma amostra de soro sanguíneo examiná-la num laboratório especial para detetar a presença de anticorpos recetores de acetilcolina. Estes podem indiciar miastenia grave. Esta doença autoimune pode ser associada com megaesófago. Perante a suspeita de doença de Addison (hipoadrenocorticismo), é apropriado fazer-se um teste de estimulação com hormona adrenocorticotrófica (ACTH).
Bom saber: raramente é feito um exame ao esófago com endoscópio. Pois este método não dá qualquer informação acerca da possível causa da doença.
Tratamento: como tratar o megaesófago nos cães
A terapia de suporte foca-se em ajustar hábitos alimentares. Estas mudanças devem ser feitas imediatamente após o diagnóstico. O objetivo é usar a gravidade para guiar a comida livremente pelo esófago.
Caso exista alguma doença subjacente por detrás do megaesófago do seu cão, é importante, além da terapia de suporte, tratá-la especificamente.
Como devo alimentar o meu cão?
Se o seu cão padecer de megaesófago, certifique-se de que o animal come o suficiente e mantém a comida no estômago. Pois as mudanças na alimentação têm como objetivo reduzir o risco de pneumonia por aspiração.
Tenha em conta as seguintes informações:
- Posicione o comedouro e o bebedouro de modo a que tanto a cabeça do animal como a metade dianteira do seu corpo estejam acima da metade posterior do corpo. Para tal, pode colocar o seu cão num degrau, apoiado nas patas da frente em cima.
- Assegure-se que o animal se mantém nesta posição por alguns minutos depois de comer e beber.
Megaesófago nos cães: alimentação para os animais afetados
Para que comer seja mais fácil para o seu cão, é importante oferecer-lhe comida o mais mole possível. A comida húmida é a mais indicada. Em alternativa, pode dar-lhe ração embebida em água.
Caso o animal tenha peso a menos, dar-lhe comida mais calórica irá certamente ajudar. Deste modo, o animal obtém nutrientes em quantidade suficiente.
Prognóstico: pode o megaesófago regredir?
O megaesófago é uma condição grave que requer atenção veterinária imediata. Embora a função do esófago nas formas idiopática ou congénita possa recuperar após alguns meses, o mais comum é não existirem melhorias.
Que tipo de complicações podem surgir?
O megaesófago pode resultar em várias complicações. E estas podem representar graves riscos de saúde para o seu cão.
Estes incluem, acima de tudo, o risco aumentado de pneumonia por aspiração, septicemia ou distúrbios de coagulação.
Qual a esperança de vida de um cão com megaesófago?
A sobrevida média de cachorros com a forma congénita da doença é de seis anos e meio. Em contraste, o tempo de sobrevida médio de cães adultos é de apenas três meses.
É necessário eutanasiar um cão com megaesófago?
Apesar de todos os esforços, nem sempre é possível parar a regurgitação em cães doentes. Na verdade, nem sempre sondas especiais são suficientes para manter a comida no estômago dos cães.
Portanto, a eutanásia pode ter que ser considerada.
Prevenção: de que forma o megaesófago nos cães pode ser prevenido?
Devido à variedade de causas que podem provocar a doença, não é, por princípio, possível proteger os cães do megaesófago. Portanto, tudo o que pode fazer é reduzir os fatores de risco. Para tal, siga as seguintes dicas:
- Alimente o seu cão adequadamente.
- Leve o animal regularmente ao veterinário.
- Controle o peso do seu cão com frequência.
- Guarde substâncias tóxicas para que o seu cão não entre em contacto com elas.
Fontes:
- Kohn B, Schwarz G (2017): Praktikum der Hundeklinik, 12., aktualisierte Auflage. Stuttgart: Enke Verlag
- Bell SM, Evans JM, Evans KM, Tsai KL, Noorai RE, Famula TR, Holle DM, Clark LA (2022): Congenital idiopathic megaesophagus in the German shepherd dog is a sex-differentiated trait and is associated with an intronic variable number tandem repeat in Melanin-Concentrating Hormone Receptor 2. PLoS Genet. 18(3):e1010044
- tiermedizinportal.de
- zora.uzh.ch
- flexikon.doccheck.com