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Os donos de cães de raças pequenas provavelmente já se depararam com o problema das glândulas anais inflamadas, ou saculite anal. E como é uma doença algo frequente é importante conhecer melhor os sintomas deste problema. Neste artigo explicamos como identificar uma saculite anal em cães e também o que pode fazer para ajudar o seu patudo.
Este tipo de inflamação não é particularmente perigoso para os cães, contudo provoca dores fortes e um grande desconforto. Além disso, sem tratamento pode evoluir para uma fistula. Esta é já uma doença grave, visto que as bactérias podem entrar na corrente sanguínea provocando uma infeção bacteriana generalizada.
Os principais sintomas da saculite anal em cães são:
Visto que os patudos com este problema apresentam comichão e dor é essencial consultar um veterinário para tratar esta doença. Além disso, lembre-se que sem tratamento a doença pode evoluir e pôr em risco a vida do patudo.
Numa consulta em que há suspeita de saculite anal, o veterinário começa por recolher informações sobre os sintomas do patudo junto dos donos. Assim, mencione todos os comportamentos anormais do seu cão, como, por exemplo o arrastar do rabo no chão. Em seguida, o veterinário faz um exame de geral para conhecer o estado de saúde do patudo. Se o patudo tiver febre é sinal de que provavelmente tem uma infeção e precisa de tomar antibióticos. Muitos veterinários fazem uma análise à secreção para saber qual o tipo de bactéria presente e assim prescrever um antibiótico eficaz.
Segue-se então o exame às glândulas anais. Em primeiro lugar, o veterinário avalia visualmente as glândulas e depois por apalpação, verificando o tamanho, temperatura, consistência e se o patudo sente dores. Se as glândulas anais estiverem inchadas e se o patudo apresentar sintomas de dor ao toque, é muito provável que elas estejam inflamadas. Por outro lado, se as glândulas estiverem inchadas mas o patudo não apresentar sinal de dor ao toque, o veterinário deve pedir uma biopsia, visto que pode tratar-se de um tumor.
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Quando um patudo tem as glândulas anais inflamadas, o veterinário começa por extrair o líquido dos sacos anais. Em seguida faz uma lavagem com um líquido antibiótico ou anti-inflamatório.
Se o cão tiver um abscesso ou uma fistula abertas é necessário lavar e desinfetar estas zonas todos os dias. Além disso, se ele estiver com febre e mal-estar generalizado o veterinário geralmente prescreve um antibiótico sistémico. Nos casos em que o tratamento não produzir melhorias ou se o patudo voltar a sentir dores, o tratamento passar por fazer uma cirurgia para extrair um ou os dois sacos anais.
Se a pele ao redor das glândulas anais do seu cães estiver irritada e avermelhada pode aplicar um cataplasma de camomila ou calêndula. No entanto, este tipo de preparados medicinais serve apenas para aliviar a inflamação e os sintomas associados. Para combater a doença o patudo precisa de tomar medicamentos específicos prescritos pelo veterinário.
A saculite anal em cães geralmente é uma consequência do bloqueio dos ductos, falta de estimulação das glândulas anais ou ainda resultado de alterações das características da secreção. Por exemplo, patudos que sofrem de diarreia prolongada, seja por causa da dieta, seja por doenças intestinais, podem desenvolver este tipo de inflamação. Também cães com pelo muito denso na zona anal podem apresentar saculite anal.
Em casos mais raros, esta inflamação resulta de inflamações ou de tumores em órgãos adjacentes. Nesses casos, os órgãos doentes exercem pressão sobre as glândulas anais levando ao estreitamento dos ductos. Carcinomas do saco anal são bastante raros e geralmente só surgem em cães idosos. Por outro lado, alterações na composição da secreção glandular geralmente são consequência de doenças hormonais ou de reações alérgicas.
O processo inflamatório desenvolve-se da seguinte forma: quando a secreção normal produzida pelas glândulas anais não sair total ou parcialmente, ela regressa para aos sacos anais. Por conseguinte o tamanho das glândulas vai aumentando causando desconforto e dor aos patudos. A inflamação surge quando existem um grande número de bactérias presentes na secreção das glândulas. Na maioria dos casos as bactérias estão presentes na pele ou nas fezes dos cães, como por exemplo as bactérias Escherichia coli, estreptococos, clostrídios e proteus.
Infelizmente, uma inflamação estimula a produção da secreção das glândula e assim a doença progride, com potenciais consequências graves. Quando a pressão da secreção nos sacos anais é demasiada surgem as fístulas, que consistem em canais de comunicação entre o ânus e outros órgãos. A secreção passa por estes canais fazendo com que as bactérias atinjam outras partes do corpo.
As glândulas anais são órgãos muito pequenos, têm aproximadamente o tamanho de uma ervilha, e situam-se do lado esquerdo e direito do ânus. Além disso, estão presentes tanto nos cães machos como na fêmeas. Devido ao odor forte, a secreção que produzem desempenha um papel central quer na marcação de território quer no comportamento sexual dos patudos.
Os sacos anais armazenam a secreção produzida pelas glândulas e quando a pressão aumenta, a secreção é transportada para o exterior do corpo através dos ductos. Isto acontece, por exemplo, quando o patudo faz força para saírem as fezes. Esta secreção tem um aspeto castanho-amarelado e textura viscosa. Além disso tem um odor forte e desagradável e geralmente tem uma consistência líquida.
Regra geral, o prognóstico desta doença é muito favorável. No entanto, como mencionado acima, sem tratamento adequado a doença agrava-se e pode mesmo levar a uma situação de infeção generalizada potencialmente fatal. Assim, se o seu patudo tem sintomas de inflamação da glândula anal deve ir com ele ao veterinário. Além disso, patudos que já tiveram esta doença devem ser acompanhados regularmente pelo veterinário.
Para evitar que o seu patudo volte a ter este problema deve esvaziar os sacos anais regularmente, ou seja, em intervalos de algumas semanas. Donos com conhecimentos adequados podem fazer isso em casa, mas geralmente este procedimento é feito pelo veterinário.
Além disso, tenha muita atenção à higiene do seu patudo, caso contrário as bactérias presentes na secreção podem causar infeções secundárias.
Estudei medicina veterinária na Universidade Justus-Liebig em Gießen, onde pude ganhar alguma experiência em vários campos, como medicina para pequenos e grandes animais, medicina exótica, farmacologia, patologia e higiene alimentar. Desde então, não trabalhei apenas como autora veterinária. Também trabalhei na minha tese, que foi influenciada cientificamente. O meu objetivo é proteger melhor os animais contra patógenos bacterianos no futuro. Além do meu conhecimento, partilho as minhas próprias experiências como dono de um cão e, assim, consigo entender e dissipar medos e problemas, bem como outras questões de saúde animal.
