Síndrome de Cushing em cavalos (ECS, PPID)
© Nadine Haase / Nadine Haase
O cortisol é uma hormona fundamental que desempenha várias tarefas significativas no organismo do seu cavalo. Mas o que acontece quando o corpo produz demasiado cortisol, descontroladamente? Leia este artigo e aprenda mais acerca da síndrome de Cushing em cavalos (ECS).
Sumário
- Quais os cavalos mais afetados pela síndrome de Cushing?
- Sintomas: quais os sinais da síndrome de Cushing em cavalos?
- Diagnóstico: como se deteta a síndrome de Cushing equina?
- Tratamento: como é tratada a síndrome de Cushing em cavalos?
- Causas: o que desencadeia a síndrome de Cushing equina?
- Prognóstico: quais as possibilidades de recuperação?
Quais os cavalos mais afetados pela síndrome de Cushing?
Em geral, qualquer cavalo pode ter a síndrome de Cushing. No entanto, estudos descobriram que tanto póneis como cavalos mais velhos, acima dos 15 anos, apresentam um risco mais elevado de desenvolver a doença.
Além disso, pelo facto de a síndrome de Cushing em cavalos ser uma doença associada ao estilo de vida, muitos dos pacientes são animais obesos.
Sintomas: quais os sinais da síndrome de Cushing em cavalos?
O excesso de cortisol faz com que o sistema imunitário do seu cavalo esteja permanentemente enfraquecido. Portanto, a síndrome de Cushing nos cavalos identifica-se através dos seguintes sintomas:
- Transpiram com frequência e o seu desempenho diminui.
- Urinam mais (poliúria) e bebem mais (polidipsia).
- Ao longo do ano, cresce-lhes pelo mais comprido e por vezes encaracolado (hirsutismo)
- Têm tendência para ter outras doenças (por exemplo, problemas dentários, laminite, infeções).
- A cicatrização de feridas é dificultada.
- A muda do pelo acontece mais tarde.
- Foram camadas de massa gorda em partes invulgares do corpo (redistribuição da gordura) e, ao mesmo tempo, perdem músculo.
Os tumores benignos desencadeiam esta síndrome. Simultaneamente, provocam queixas a nível do sistema nervoso central, como cegueira ou claudicação.
Diagnóstico: como se deteta a síndrome de Cushing equina?
A síndrome de Cushing em cavalos é uma doença equina bastante conhecida. Ao levar o seu cavalo ao veterinário com sintomas típicos de ECS é muito natural que o médico suspeite desde logo deste problema.
Para o confirmar, o veterinário analisa a concentração de hormona adrenocorticotrópica (ACTH) no sangue. Para tal, tira sangue ao seu companheiro de quatro patas de manhã, com o estômago vazio.
Se o resultado não for conclusivo, o veterinário pode também fazer um teste de supressão com dexametasona. Portanto, injeta o cavalo com dexametasona após uma primeira definição do ACTH.
Passadas 20 horas, o veterinário mede novamente o nível de ACTH no sangue, que, num animal saudável, deve baixado. Porém, se o nível de ACTH se mantiver demasiado alto, é sinal da síndrome de Cushing equina.
Tratamento: como é tratada a síndrome de Cushing em cavalos?
A administração diária e para o resto da vida da substância pergolida atua em relação ao equilíbrio hormonal perturbado. Este medicamento é um agonista da dopamina que imita a ação da dopamina e provoca a libertação da ACTH.
Portanto, são necessários controlos regulares do nível de ACTH no sangue para manter o equilíbrio hormonal.
Além do tratamento da causa, é também importante tratar o seu cavalo de acordo com os seus sintomas. Também deve otimizar a alimentação do seu cavalo.
Para tal, reduza os concentrados na ração e foque-se em feno de elevada qualidade. Óleos vegetais, suplementos vitamínicos e minerais também apoiam a saúde de cavalos com síndrome de Cushing.
Causas: o que desencadeia a síndrome de Cushing equina?
A síndrome de Cushing em cavalos é uma doença hormonal desencadeada por dois acontecimentos dentro da assim chamada pars intermedia, isto é, a parte central da glândula pituitária (hipófise):
- Por hiperplasia (aumento do número de células)
- Com hipertrofia simultânea (aumento do volume das células)
Portanto, os veterinários também se referem à síndrome de Cushing em cavalos como PPID (Disfunção da Pars Intermedia da Pituitária).
Análise do equilíbrio hormonal
Para ser possível compreender o desenvolvimento da ECS, é necessário olhar atentamente para o equilíbrio hormonal do seu cavalo. Normalmente, a glândula pituitária, localizada no cérebro e que trabalha de forma independente, produz várias hormonas, como a LH (hormona lutienizante) ou a hormona tireoestimulante (TSH).
Estas, por sua vez, estimulam outros órgãos, como a tiroide ou as gónadas para produzir outras hormonas. A glândula pituitária é, portanto, o órgão de controlo central do equilíbrio hormonal.
Verificação dos valores de ACTH
Também a ACTH tem origem na glândula pituitária. Ao chegar à corrente sanguínea, promove a libertação de cortisol, hormona do stress, pelo córtex adrenal.
Ao entrar demasiado cortisol na circulação, este excesso, por sua vez, inibe a distribuição de ACTH no cérebro. Os especialistas referem-se a este mecanismo como feedback negativo.
Além do cortisol, também o neurotransmissor dopamina, produzido no hipotálamo, inibe a distribuição de ACTH.
Caso o seu cavalo sofra da síndrome de Cushing equina, estes mecanismos são perturbados. A falta de dopamina leva ao desenvolvimento de um tumor benigno (adenoma) no lóbulo intermédio da glândula pituitária, que produz constantemente ACTH. Isto faz com que a glândula adrenal distribua cortisol de forma descontrolada. Em consequência, surgem os sintomas típicos da síndrome.
Prognóstico: quais as possibilidades de recuperação?
Infelizmente, a PPID é uma doença sem cura. No entanto, pode melhorar a longevidade e a qualidade de vida do seu cavalo com a ajuda de medicação.
Além disso, estará a ajudar o seu companheiro de quatro patas se seguir rigorosamente uma dieta equilibrada e o levar regularmente ao veterinário.
Fontes: