Viver com gatos e pequenos animais de estimação

gatos e pequenos animais: gatinho laranja deitado ao lado de um coelho da mesma cor

Quem gosta de gatos geralmente gosta de animais e, por isso, em muitas casas os gatos não são os únicos animais de estimação. E apesar de por vezes dois gatos podem precisar de algum tempo para se habituarem um ao outro, a questão é mais complexa quando falamos de pequenos animais de estimação. Descubra neste artigo os aspetos a ter em atenção ao viver com gatos e pequenos animais de estimação.

Antes de mais nada, ter gatos e pequenos roedores, por exemplo coelhos, porquinhos-da-índia ou hamsters, ou ainda pássaros, não é uma impossibilidade. Na verdade, existem alguns relatos de fortes amizades entre os gatos e pequenos animais de estimação. No entanto, estes são casos raros. O mais provável é que o gato aceite a presença dos outros animais sem criar problemas.

Assim, nada o impede de trazer um ou dois gatos para casa mesmo que já tenha roedores ou pássaros em casa ou o inverso

Gatos e pequenos animais podem ser amigos?

Encontra imensos vídeos na internet em que papagaios jogam à bola com gatos ou em que coelhos se deitam confortavelmente ao lado do gato no sofá. E, por isso, são muitos os donos que ficam cheios de esperança de que o seu gato se torne o melhor amigo dos seus outros animais de estimação. Mas será que esta expectativa é razoável?

Em primeiro lugar, se tem o plano de ter gatos e pequenos animais na família, mantenha os pés na terra. Naturalmente uma amizade forte entre animais de espécies diferentes é uma coisa fantástica de se ver, no entanto estas situações são raras. Lembre-se que apesar de os gatos fazem parte das nossas vidas há séculos, eles não deixam de ser predadores. Assim, um gato facilmente vê num roedor ou num pássaro uma presa. Além disso, os pequenos animais também continuam a sentir, instintivamente, medo dos gatos.

As presas naturais dos gatos são ratos e pássaros, mas isso não significa que não possam magoar seriamente um coelho ou um porquinho-da-índia. E o contrário também se verifica, ou seja, a mordida de um coelho pode provocar também dores fortes a um gato. No entanto, por regra, os gatos são os agressores. Por fim, independentemente de ter um gato manso e calmo, não se esqueça que os instintos dos animais são muito fortes e por isso podem vir ao de cima quando menos espera.

Gato deitado com um coelho © voren1 / stock.adobe.com

Segurança em primeiro lugar

Apesar das características dos nossos pequenos felinos, nada o impede de ter gatos e pequenos animais em casa. O motivo é simples, os gatos dificilmente ficam sozinhos com os outros animais em situações perigosas. A maior parte dos pequenos animais de estimação passam a maior parte do tempo em gaiolas e quando saem para fazer exercício é na presença dos donos. Assim, quando deixar o seu coelho ou porquinho-da-índia sair da sua gaiola feche simplesmente a porta da sala com o gato do lado de fora.

Lembre-se que a segurança dos seus animais de estimação está em primeiro lugar e só com alguns cuidados pode ter na família animais de espécies diferentes.

Gatos e pequenos animais de estimação: aceitação

Um aspeto absolutamente fundamental para que tenha uma vida descansada com os seus gatos e os outros animais é garantir que eles se aceitam mutuamente. Assim, os gatos não devem ver os outros animais como presas e também ajuda se os roedores ou pássaros não entrarem em pânico assim que gatos se aproximam.

Como dono deve ter uma atitude responsável e tratar os seus animais com respeito. Desse modo nunca instigue o instinto de caça do seu gato com os habitantes mais pequenos da sua casa. O pior seria pegar o seu hamster pelo rabo e balançá-lo à frente do gato, mas claro que isto não passa pela cabeça de quem gosta dos seus animais!

Para fomentar uma boa relação entre os vários habitantes da sua casa, deixe que o gato esteja presente enquanto limpa a gaiola, alimenta ou dá miminhos aos outros animais. Pode também pegar no gato ao colo e enquanto lhe faz festinhas leve-o até à gaiola dos seus coelhos, hamster ou chinchilas. Dessa forma, eles habituam-se à presença uns dos outros de forma segura. Mas não se assuste se o seu gato seguir os movimentos dos animais com extrema atenção. Lembre-se que gaiolas de roedores, pássaros ou aquários são extremamente interessantes para os gatos que muitas vezes parecem hipnotizados. No entanto, isto não significa que o gato vá atacar.

Características dos gatos e pequenos animais de estimação

Se quer que os gatos e os pequenos animais sejam realmente amigos e não apenas habitantes da mesma casa, o planeamento deve ser minucioso. Em primeiro lugar, os animais devem ter uma personalidade e história de vida compatíveis e, por isso, o melhor é juntá-los quando são muito jovens. Por exemplo, um gatinho que viveu toda a sua curta vida em casa aceita melhor um coelho como companheiro do que um gato que vai à rua sozinho ou um gato de rua. Lembre-se que os gatos que já têm experiência de caça têm maior tendência a olhar para um roedor ou pássaro como presa.

A personalidade dos mais fortes e agressivos, ou seja, os gatos, deve ser equilibrada e calma para que a convivência com um animal mais pequeno e frágil seja possível. Gatos com um forte instinto de caça, mais cedo ou mais tarde, vão agir de forma instintiva e, por isso, um acidente é praticamente inevitável.

Outro aspeto a ter em atenção é o tamanho dos animais. Ratinhos ou canários são maus companheiros para a grande maioria dos gatos devido à diferença de tamanho. Por outro lado, um coelho grande pode ser um bom amigo para um gato doméstico de tamanho médio. No entanto, não dê como certo que o gato não ataca o coelho por causa do seu tamanho. Um gato caçador não terá problemas em tentar dominar o coelho e as suas unhas afiadas podem ferir gravemente o orelhudo.

gatos e pequenos animais: gato deitado com porquinho-da-índia a cheirá-lo ao lado © vvvita / stock.adobe.com

A socialização dos gatos e outros animais

Quando falamos de socialização entre animais de espécies diferentes não podemos dar como certo que eles se vão dar tão bem como com pares. Assim, socializar dois gatos não é o mesmo que socializar gatos e coelhos.

Em primeiro lugar, é preciso fazer com que eles se aceitem e que o gato não olhe para os pequenos animais como presas. Além disso, como a segurança está acima de tudo, os roedores ou pássaros devem estar nas suas gaiolas, fora do alcance das patinhas dos gatos. Para facilitar a aproximação pode colocar um peitoral no seu gato, mas mantenha-se atento, já que os gatos são imprevisíveis.

Os primeiros encontros

A socialização entre os animais começa sempre pelo reconhecimento pelo odor próprio de cada um. Assim, para que os gatos e os pequenos animais identifiquem o cheiro uns dos outros, passe um pano em cada um deles e coloque junto dos outros. Por exemplo, coloque o pano que passou nos seus roedores na almofada do seu gato e vice-versa. Não se surpreenda se os pequenos animais reagirem mal ao contato com o odor dos gatos, é uma reação normal, e por isso dê-lhes tempo sem forçar.

Uma vez ultrapassada esta fase, leve o gato à beira da gaiola, com esta fechada, e deixe que os animais entrem em contato uns com os outos. Nessa altura, observe atentamente o comportamento do seu gato. Ele está com vontade de saltar e tentar apanhar as potenciais presas através das grades? Ele fica calmo a observar os outros animais?

Se o gato se mostrar agressivo ou sinais de que o seu instinto de caça está a ser mais forte, considere seriamente a possibilidade de os manter sempre afastados. No entanto, isto não significa que os seus animais não participem ativamente na vida familiar. Pode ter a gaiola e o gato no mesmo espaço desde que esteja sempre alguém presente. Caso contrário, feche a porta da sala onde está a gaiola, para que os gatos nunca fiquem sozinhos com os animais pequenos.

Contato direto entre gatos e pequenos animais

Nos casos em que correu tudo bem, ou seja, que o gato está calmo e não mostra interesse em caçar os animais, pode passar à fase do contato direto. No entanto, tenha bom senso e seja muito cuidadoso para que não haja acidentes, afinal está a tentar que um caçador e uma presa sejam amigos.

Como já mencionado, o gato é o potencial agressor. Assim, os animais mais pequenos e fracos devem ter sempre a possibilidade de fugir e de se refugiarem num local seguro. Importante, não obrigue os seus pequenos animais a estar em contato com os gatos, visto que podem ficar demasiado stressados. Por exemplo, deixar a gaiola do seu porquinho-da-índia aberta enquanto o gato anda livremente pela sala não é a melhor opção. Se o gato encurralar o seu pequeno roedor, ele não tem para onde fugir. Além disso, o medo e ansiedade do porquinho-da-índia podem desencadear o instinto de caça do gato e estão reunidas as condições para um acidente.

Uma melhor alternativa é segurar o seu gato enquanto o seu pequeno animal de estimação anda pela sala. É aconselhável ter outra pessoa por perto para ajudar caso seja necessário. Além disso, se o seu gato está habituado a andar com peitoral, coloque-o para melhor controlar os seus movimentos durante os primeiros contatos. Tirando isso, deixe-os à vontade e dê-lhes tempo para se aproximarem. Lembre-se que eles podem precisar de vários encontros deste tipo até os pequenos animais se sentirem seguros para se aproximarem do gato.

Mantenha-se sempre atento!

Mesmo que os animais se mostrem calmos, não deixe de observar atentamente a linguagem corporal do seu gato. Se ele ficar com as pupilas dilatadas ou se der sinais de que se está a preparar para caçar ou saltar, pegue nele imediatamente. E dê também atenção aos animais pequenos. Eles mostram estar com medo? Estão agachados ou com vontade de fugir? O importante é dar-lhes sempre uma possibilidade para se retirarem, afinal os animais mais pequenos podem estar só curiosos em relação ao gato, mas manterem um atitude cautelosa.

gatos e pequenos animais © zsv3207 / stock.adobe.com

Vivência entre gatos e pequenos animais

Se o primeiro contato direto entre os gatos e os outros animais correr bem é muito bom sinal. No entanto, não é uma garantia de que a relação está estabelecida e é segura. Assim, nos contatos seguintes mantenha as mesmas medidas de precaução e segurança até que os animais estejam totalmente à vontade.

Por fim, nunca os deixe sozinhos, independentemente do tamanho, peso ou da boa relação que mostram ter. Lembre-se que o instinto dos animais é o que determina em boa parte os seus comportamentos e, por isso, eles são imprevisíveis.

Quando os gatos e animais pequenos não se dão bem

Se os seus gatos e animais pequenos não desenvolverem uma grande amizade, não se sinta desapontado. Afinal, os casos de amizade forte entre animais de espécies diferentes são muito mais raros do que os vídeos na internet dão a entender. Assim, se eles aceitarem bem a presença uns dos outros é uma grande conquista.

Nos casos em que a convivência é impossível e que acontecem acidentes mais ou menos graves com alguma frequência é a altura de considerar alternativas. Pode por exemplo, fazer mais atividades físicas com o seu gato para que ele se entretenha mais e se distraia dos outros animais. Em último caso, considere encontrar uma nova família para um deles. Apesar de ser uma decisão difícil, nestes casos é o bem-estar da sua família e dos seus animais que está em causa.

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