Abcessos nos gatos This article is verified by a vet

Gato com colar isabelino deitado na relva. Em alguns casos o tratamento dos abcessos nos gatos inclui uma cirurgia.

Um colar isabelino protege as feridas a seguir a uma operação.

Infelizmente os abcessos nos gatos não são coisa rara. E os gato que saem de casa sozinhos, chegam muitas vezes com um desses inchaços. Para saber como identificar um abcesso e o que deve fazer para ajudar o seu gato, leia o nosso artigo!

O que é um abcesso?

Visualmente um abcesso uma zona inchada do corpo do gato. Na zona do abcesso, o gato tem uma inflamação e, por causa disso, o corpo produz pus. Por sua vez, o pus fica como que preso numa cápsula nos tecidos que circundam a zona inflamada e é essa cápsula que leva ao aparecimento do inchaço que observamos no gato.

O pus é um líquido geralmente pastoso e amarelado que resulta da batalha das defesas naturais do corpo contra as bactérias que causam a inflamação. Entre outros componentes, o pus consiste em restos de células mortas do próprio corpo e em bactérias mortas. Os abcessos nos gatos raramente são secos ou não infeciosos.

Os gatos podem desenvolver abcessos em praticamente todos os órgãos do corpo. Na maior parte dos casos, os abcessos são causados por bactérias presentes no meio ambiente, como os estafilococos. No entanto, outras bactérias como a Clostridium ou Escherichia coli também podem estar na origem de abcessos.

Como se desenvolvem os abcessos nos gatos?

As bactérias causadoras de abcessos entram no corpo dos gatos de várias formas. No entanto, as portas de entrada mais comuns são:

  • Feridas: Entre os gatos que saem à rua sozinhos, a porta de entrada mais frequente para as bactérias são as mordidas. No entanto, as bactérias também podem entrar através de outro tipo de feridas.
  • Corrente sanguínea: Os gatos, assim como outros animais de estimação, podem desenvolver septicemia. Este é uma doença grave, já que as bactérias entram na corrente sanguínea e depois espalham-se por todo o corpo. Neste caso, os órgãos internos, por exemplo o fígado, podem ser afetados. Os gatinhos também podem desenvolver esta doença devido, por exemplo, a uma inflamação no umbigo.
  • Doenças na boca e dentes: Muitos gatos desenvolvem gengivites ou seja, inflamações nas gengivas, que sem tratamento adequado evoluem para periodontites. Estas inflamações levam ao acumular de grande número de bactérias na boca e elas acabam por conseguir entrar no corpo do gato através da raiz do dente.
  • Inalação de corpos estranhos: Quando estão ao ar livre, os gatos por vezes inalam ervinhas ou partículas de plantas que se alojam nos pulmões. Naturalmente, as plantas contêm uma grande diversidade de bactérias e estas, uma vez nos pulmões dos gatos, podem levar ao aparecimento de inflamações e, por conseguinte, de abcessos

Sabia que:

O abcesso é diferente do empiema, na medida em que no empiema a acumulação de pus dá-se em cavidades naturais do corpo, ou seja órgãos ocos, por exemplo o útero. Já no caso de um abcesso o próprio corpo cria uma cavidade para acumular o pus.

Como identificar abcessos nos gatos?

O sintoma mais típico de um abcesso é a formação de um inchaço. Além disso, a pele nessa zona fica avermelhada. Claro que este inchaço só é visível e palpável se não ocorrer num órgão interno. A zona afetada fica também dolorida e o gato sente dor ao toque.

As dores e mal-estar levam a que os gatos alterem o seu comportamento, ou seja, alguns gatos ficam algo agressivos, outros dormem mais tempo e/ou perdem o apetite. À medida que o tempo passa, e sem tratamento, o estado geral do gato piora e geralmente surge febre.

Nalguns casos, a cápsula onde o pus se acumula rompe-se. Nesse caso, o pus é expelido e o inchaço diminui. No entanto, se ficar uma ferida aberta é importante limpá-la e levar o gato ao veterinário, visto que ele pode precisar de tratamento.

Gato com uma ferida. Os abcessos nos gatos resultam muitas vezes de mordidas. © midobun2014 / stock.adobe.com
Quando um abcesso se rompe, o pus, um líquido amarelado e pastoso, é expulso do corpo do gato.

Como se faz o diagnóstico?

Se o seu gato anda a comer pouco, a coxear ou se sente um inchaço no corpo dele, leve-o rapidamente ao veterinário. No consultório, o médico examina o gato para verificar se existe algum abcesso ou se existem outras causas para o comportamento anormal do seu pequeno felino.

Análises ao sangue permitem ao veterinário saber se o gato tem uma inflamação. Caso o veterinário suspeite que o seu gato tem um abcesso em órgãos internos, ele vai pedir exames de imagem, como raio X ou uma ecografia.

Tratamento para abcessos em gatos

O tratamento dos abcessos depende, entre outras coisas, do estado do inchaço. Em casos de abcessos recentes e, portanto, pequenos, o veterinário prescreve um antibiótico geralmente combinado com um analgésico para aliviar as dores.

No entanto, infelizmente, em muitos casos os donos só se apercebem que o seu gato tem um abcesso quando a inflamação está mais avançada. Nesses casos, é frequentemente necessário fazer a drenagem do abcesso, ou seja, retirar o pus acumulado e limpar a cavidade formada. Para realizar este procedimento, o veterinário anestesia o gato. Muitas vezes é necessário colocar um dreno no abcesso para que o pus que se vai formando seja expulso do corpo. Além disso, o veterinário prescreve também um antibiótico e analgésicos. Por fim, quando a infeção está controlada, geralmente passados alguns dias, o veterinário retira o dreno.

Prognóstico: abcessos em gatos podem ser fatais?

Caso haja uma rutura do abcesso e as bactérias entrem no sangue, o prognóstico é muito grave, já que os gatos podem morrer de septicemia. No entanto, este é um caso extremo e raro. Nos restantes casos, o prognóstico depende do tamanho, localização e tipo de bactéria que causa o abcesso. Abcessos provocados por bactérias resistentes ou situados em locais de difícil acesso, por exemplo na cavidade pélvica ou no maxilar superior, têm um prognóstico mais reservado, já que o tratamento é mais complexo.

Ainda assim, quando os gatos recebem o tratamento adequado, a probabilidade de cura total é muito grande.

Prevenção: como evitar abcessos em gatos

Como mencionado acima, grande parte dos abcessos resulta de mordidas de outros animais. Se o seu gato lutou com outro gato ou outro animal, higienize bem a ferida. Dessa forma, evita que as bactérias se multipliquem e que se forme um abcesso.

Para fazer a higienização de forma correta, em primeiro lugar corte o pelo à volta da ferida com uma tesoura de pontas redondas. Em seguida, limpe bem a ferida com, por exemplo, soro fisiológico e aplique um desinfetante adequado para feridas.

Não cubra a ferida, caso contrário a ferida demora mais tempo a secar e cicatrizar e aumenta a probabilidade de infeção. Enquanto a ferida não cicatrizar, vigie bem o seu gato. Caso note que a zona da ferida fica inchada ou avermelhada ou se o estado geral do gato se alterar, leve o seu gato ao veterinário o mais cedo possível.


Franziska G., Veterinária
Profilbild von Tierärztin Franziska Gütgeman mit Hund

Estudei medicina veterinária na Universidade Justus-Liebig em Gießen, onde pude ganhar alguma experiência em vários campos, como medicina para pequenos e grandes animais, medicina exótica, farmacologia, patologia e higiene alimentar. Desde então, não trabalhei apenas como autora veterinária. Também trabalhei na minha tese, que foi influenciada cientificamente. O meu objetivo é proteger melhor os animais contra patógenos bacterianos no futuro. Além do meu conhecimento, partilho as minhas próprias experiências como dono de um cão e, assim, consigo entender e dissipar medos e problemas, bem como outras questões de saúde animal.


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