Polidactilia nos gatos This article is verified by a vet

close up de gato com polidactilia na pata dianteira

Polýs significa muitos e dáktylos é a palavra grega para dedos.

Um dos gatinhos da sua ninhada tem um dedo a mais? Então, é possível que não se tenha enganado a contar. Pois o patudo pode ser polidáctilo, ou seja, ter mais dedos do que o normal. Leia este artigo e descubra as implicações para a saúde da polidactilia nos gatos, além de tudo o que precisa de saber acerca deste tema polémico.

Criar gatos polidáctilos: tortura ou preferência?

A criação com gatos polidáctilos é controversa. Por um lado, são várias as associações que desencorajam e recomendam excluir gatos polidáctilos da criação.

Porém, há quem não encare a polidactilia nos gatos como uma falha, mas sim como uma vantagem. Isto porque assumem que os gatos afetados conseguem trepar e agarrar-se melhor. Na opinião destas pessoas, quando caçam são superiores aos gatos com o número de dedos habitual. De facto, alguns criadores nos Estados Unidos da América apostam na criação específica de polidáctilos, nomeadamente com a raça Superscratcher.

Já em Portugal, não existe legislação específica em relação à polidactilia nos gatos. Porém, é um aspeto a ter em atenção se quer cumprir com os padrões de raça.

Como detetar a polidactilia nos gatos?

É simples: em vez dos habituais cinco dedos nas patas da frente e dos quatro dedos nas patas de trás, os gatos polidáctilos têm normalmente seis dedos à frente e cinco atrás. Ou seja, um dedo a mais em cada pata.

Contudo, a polidactilia nos gatos revela-se de várias formas. Assim, o gene pode levar ao crescimento de um dedo extra em cada membro. Mas também pode ser afetada só uma pata. Também existem alguns casos mais raros em que se forma mais do que um dedo. Quanto a recordes, o Guinness World Records menciona um gato, Jake, com 28 dedos em vez de 18.

Se o seu patudo tem um ou vários dedos a mais, não se preocupe. Pois a polidactilia nos gatos não é dolorosa para os animais. Raramente, pode acontecer uma garra partir-se e inflamar. Mas, regra geral, não surgem grandes complicações.

Dependendo da zona onde o dedo extra se posiciona, os especialistas dividem os gatos polidáctilos em dois tipos diferentes:

1. Tipo mittens

Esta designação vem do inglês e significa qualquer coisa como luvas sem dedos (em português, mitenes). Ou seja, é quando a mutação genética afeta o lado interno da pata. Então, os gatos polidáctilos tem um polegar nas patas dianteiras em vez do ergô (ou esporão).

2. Tipo patty-foot

Aqui, a pata do gato parece circular, como um hamburguer (ou patty). A razão: o poligene faz com que o dedo cresça ou no meio ou no lado exterior da pata.

© Марина Красавина / stock.adobe.com
Uma pata dianteira “normal” com cinco dedos.

Causas: como surge a polidactilia nos gatos?

A causa da polidactilia nos gatos é uma mutação genética especial, uma herança autossómica dominante. Normalmente, o material genético dos gatos prevê um total de 18 dedos nas patas dianteiras e traseiras. Se o gene responsável sofrer alterações, então o número de dedos também muda.

Os gatos polidáctilos são especialmente comuns entre a raça maine coon. Na verdade, várias fontes referem que cerca de 40% dos maine coon originais tinham um dedo extra.

Sabia que: o famoso escritor Ernest Hemingway tinha um especial apreço por gatos polidáctilos. Hoje em dia, usa-se a designação “gato Hemingway” para nomear gatos com polidactilia. Também os gatos com um dedo extra em pelo menos duas patas são chamados “gatos de navio”.

Além dos já referidos maine coon, também os pixiebob são conhecidos por terem mais dedos do que o normal. Porém, ao contrário dos primeiros, e de acordo com a TICA (The International Cat Association), a polidactilia é aceite pelos padrões da raça dos pixiebob.


Franziska G., Veterinária
Profilbild von Tierärztin Franziska Gütgeman mit Hund

Estudei medicina veterinária na Universidade Justus-Liebig em Gießen, onde pude ganhar alguma experiência em vários campos, como medicina para pequenos e grandes animais, medicina exótica, farmacologia, patologia e higiene alimentar. Desde então, não trabalhei apenas como autora veterinária. Também trabalhei na minha tese, que foi influenciada cientificamente. O meu objetivo é proteger melhor os animais contra patógenos bacterianos no futuro. Além do meu conhecimento, partilho as minhas próprias experiências como dono de um cão e, assim, consigo entender e dissipar medos e problemas, bem como outras questões de saúde animal.


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