Poliomavírus em periquitos (Muda Francesa)
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As crias do seu casal de periquitos morreram inesperadamente? Então teste as suas aves para verificar se estão infetadas com poliomavírus. Neste artigo encontra as informações mais importante sobre o poliomavírus em periquitos.
Sumário
O poliomavírus é perigoso para os periquitos?
Regra geral uma infeção por poliomavírus é muito mais grave nos periquitos do que nos papagaios. No entanto, enquanto os periquitos adultos quase não têm sintomas da doença, os juvenis ou recém-nascidos podem morrer em poucos dias. A plumagem das ave infetadas altera-se com esta doença, mas se as aves sobreviverem a seguir à muda seguinte as penas voltam ao normal.
Sintomas: como reconhecer o poliomavírus em periquitos
A sintomatologia do poliomavírus em periquitos depende muito da idade das aves. Além disso, a doença apresenta três formas:
1. Forma aguda
Se uma ave com menos de duas semanas de vida for infetada com o poliomavírus ela morre em poucos dias. Na verdade a taxa de mortalidade nesta fase da vida é de cerca de 100%. No entanto, a forma aguda desta doença é relativamente rara, pois nessa altura os recém-nascidos ainda têm os anticorpos maternos.
2. Forma crónica
A partir das duas semanas de idade a presença de anticorpos maternos decresce significativamente. Assim, os juvenis deixam de estar protegidos contra o poliomavírus. Se a infeção ocorrer nesta fase, as penas dos periquitos jovens vão sofrer mudanças visíveis.
Neste caso, caem as penas da cauda e as rémiges, ou seja as penas que executam o voo. Estas aves deixam de conseguir voar e acabam por desenvolver uma maior capacidade de correr. Por esta razão estas aves são também chamadas runners, ou seja corredores.
Os periquitos que sobrevivem desenvolvem uma plumagem normal na muda seguinte. O nome Muda Francesa associada a esta doença deve-se a este processo de reconstrução natural da plumagem.
3. Forma assintomática
Mesmo os periquitos adultos podem ser infetados com poliomavírus. No entanto, nessa altura o sistema imunitário das aves é forte o suficiente para manter o vírus sob controlo. Assim, estas aves não adoecem.
Problema: Apesar de assintomáticos, os periquitos têm o vírus e podem infetar outros periquitos.
Diagnóstico do poliomavírus em periquitos
Não existem muitas doenças de aves que apresentem sintomas semelhantes. Não entanto, o poliomavírus e a Doença do Bico e Penas dos Psitacídeos (PBFD) causam alterações na plumagem das aves. Assim, perante uma ave doente o veterinário precisa de fazer exames para conseguir fazer o diagnóstico. Os exames mais habituais são a análise ao sangue ou às penas. No entanto, o veterinário pode também recolher amostras de fezes visto que o vírus é também excretado nas fezes.
Em seguida o veterinário envia as amostras para um laboratório especializado. Aí a presença do vírus é testada através de PCR do inglês Polymerase Chain Reaction ou com recurso à identificação de marcadores de ADN. Os laboratórios também podem fazer uma deteção indireta do vírus através da identificação de anticorpos no sangue.
Tratamento da infeção por poliomavírus
Ainda não se conhece um tratamento eficaz contra o poliomavírus em periquitos. Assim, o tratamento é direcionado para manter e aumentar a qualidade e esperança de vida das aves infetadas. Assim, os veterinários costumam prescrever a administração de vitaminas para fortalecer o sistema imunitários e ajudar ao bom funcionamento dos órgãos internos.
Transmissão do poliomavírus em periquitos
A infeção por poliomavírus, também conhecida como BFD, do inglês Budgerigar Fledgling Desease, em que fledling significa pássaro jovem, afeta principalmente os periquitos. No entanto, outras espécies de papagaios como as araras ou o papagaio ecletus também podem apanhar esta doença. Regra geral, nestas espécies a doença não apresenta sintomas muito graves.
A transmissão da doença acontece através do contato com aves infetadas ou através da ingestão de fezes ou poeiras de penas contaminadas. Uma vez ingerido, o vírus migra para o sangue da ave. Em seguida o vírus vai atingir vários órgãos, como por exemplo o baço, o fígado e os folículos das penas.
Como proteger os periquitos do poliomavírus?
A primeira e mais importante medida para evitar a disseminação do poliomavírus em periquitos é isolar as aves doentes e não as deixar reproduzir. Esta é uma medida fundamental, pois os pais passam às crias várias doenças bacterianas e virais.
Outro aspeto fundamental é dar uma alimentação adequada aos seus periquitos. As condições de vida dos pássaros devem ser igualmente adequadas. Dessa forma evita que os periquitos sofram de falta de nutrientes ou de stress, fatores que podem enfraquecer o sistema imunitário.
Dica: mantenha as aves que adquiriu recentemente separadas das outras até que elas tenham sido testadas para a presença de poliomavírus. Se os testes forem negativos pode juntá-las todas sem qualquer preocupação.