Caranguejos-ermita This article is verified by a vet

Um caranguejo-eremita faz um buraco na areia para se enterrar

Um caranguejo-eremita faz um buraco na areia para se enterrar

Estes pequenos animais vivem na água na fase larvar. No entanto, os caranguejos-ermita adaptaram-se a viver em terra nas outras fases da sua vida. O aspeto fora do comum destes crustáceos faz com que sejam procurados para terrários. Mas que cuidados são necessários para ter caranguejos-ermita em casa? Saiba mais sobre estes animais neste artigo.

Como identificar os caranguejos-ermita?

O aspeto dos caranguejos-ermita variam de acordo com a espécie. No entanto, todas as espécies têm cinco pares de patas e o corpo dividido em 3 segmentos. Além disso, as pernas dianteiras apresentam modificações anatómicas, ou seja, desenvolvera pinças que estes animais usam para se alimentar ou defender. As pernas do meio servem essencialmente para estes animais se moverem e as anteriores para reparar a carapaça.

As mandíbulas servem para ajudar na ingestão de alimentos e para limpar os pares de antenas, que se situam na cabeça junto aos olhos.

Caranguejos-ermita ruggie: o mais popular

Uma das espécies mais pequenas e populares dos caranguejos-ermita é a Coenobita rugosus, coloquialmente conhecida como Ruggie. Estes crustáceos podem apresentar diversas cores em diferentes intensidades, como castanho, vermelho ou roxo. Existem também exemplares em preto, azul, rosa ou branco. Além disso, apresentam listas nas pinças e as patas costumam ser de um vermelho forte e brilhante. As outras espécies não costumam apresentar listas nas pinças.

Tamanho dos caranguejos-ermita

Enquanto o Coenobita rugosus mede apenas cerca de 1,2 centímetros, outras espécies como Coenobita brevimanus pode chegar a medir 16 centímetros.

Caranguejo ermita em cima de um tronco de árvore © Jorge Moro / stock.adobe.com
Estes belos crustáceos são exímios alpinistas e conseguem mesmo escalar árvores.

Comportamento: notívagos e simpáticos

Os caranguejos eremitas terrestres são crustáceos muito amigáveis e sociáveis. Assim, nunca mantenha um caranguejo eremita sozinho, um grupo de três a cinco exemplares é o mais recomendado.

Convivência com outros animais

É importante sublinhar que os caranguejos-ermita não devem viver com animais de outras espécies. Ou seja, tenha apenas grupos de caranguejos do mesmo tamanho do gênero Coenobita.

No que se refere à convivência com seres humanos, desde que reserve algum tempo para os seus caranguejos, eles acabam por se habituar à sua presença. Na verdade, a maior parte dos caranguejos comem das mãos de seus tutores. Por fim, se os seus caranguejos usarem as suas pinças para produzir sons, é sinal de que se sentem particularmente felizes.

Ecdise ou muda

Durante o período de mudança do exoesqueleto, os caranguejos-eremita podem não sair de casa durante vários meses. Durante esse período, ele desfaz-se do seu exoesqueleto de quitina, ao mesmo tempo que forma novas camadas. Além disso, no decorrer deste processo, o caranguejo alimenta-se do seu próprio exoesqueleto, que contém nutrientes importantes.

Cuidados

Cuidados com caranguejos ermita

Pode ter caranguejos ermita tanto em aquários ou terrários (paludarium). No entanto, as dimensões mínimas do espaço devem ser de 80 x 40 x 40 centímetros, mas, naturalmente, quanto maior, melhor!

Valores recomendados de temperatura e humidade

Para dar aos seus caranguejos ermita as condições de vida adequadas, deve manter a temperatura e humidade determinados níveis. Assim, a temperatura deve situar-se entre os 26°C e 28°C e nunca deve estar acima de 30 °C por muito tempo. À noite, baixe a temperatura do ar para os 21 °C. Neste caso, não deixe que a temperatura fique abaixo desse valor por muito tempo. A forma mais simples de manter a temperatura sob controle é instalar um termômetro no terrário.

No que se refere à humidade, esta deve situar-se entre 70 e 90 por cento. Para tal pode borrifar o terrário. No entanto, verifique regularmente o espaço onde vivem os caranguejos para ter a certeza que não se forma bolor. De forma a ter a certeza de que a humidade dentro do espaço onde vivem os seus caranguejos-ermita está dentro dos valores adequados instale um higrômetro.

Qual o melhor substrato para os caranguejos-ermita?

Pode usar cascalho, areia, húmus e casca de pinheiro para cobrir o chão do terrário, certificando-se que este material tem uma altura de pelo menos dez centímetros. Os seus caranguejos-ermita vão divertir-se a escavar e a madeira ajuda a reter a humidade. Por fim, pode também instalar uma lâmpada de luz vermelha para manter o terrário aquecido.

Importante: os caranguejos-ermita são excelentes alpinistas e, por isso, encontram com facilidade uma saída se viverem num terrário pouco protegido. No entanto, escalar faz parte do comportamento natural destes animais, assim, coloque pedras, raízes ou tapetes de coco no terrário e assim os caranguejos podem escalar em segurança.

Água e plantas

Os caranguejos eremitas terrestres gostam muito de ter água por perto. Assim, coloque uma tigela com água doce para eles beberem e humedecerem as brânquias. Uma tigela de água salgada também não deve faltar, visto que os caranguejos absorvem nutrientes importantes, por exemplo, cálcio através desta água.

As plantas devem também estar presentes na casa dos seus caranguejos-ermita visto que oferecem esconderijos e são uma zona de brincadeira. Quase todas as plantas livres de poluentes que estejam adaptadas às condições climáticas do terrário são adequadas. Assim, pode colocar por exemplo, samambaias ou musgo. Uma tigela com um osso de choco é também bastante útil como uma fonte de cálcio.

Conchas de caracóis

Os caranguejos-ermita crescem ao longo da vida e é por isso que mudam de exoesqueleto de tempos em tempos. O exoesqueleto tem a importante função de proteger o corpo dos caranguejos contra ameaças externas. Assim, não se esqueça de pôr à disposição dos seus caranguejos casas de vários tamanhos, como conchas de caracóis.

Caranguejo ermita escondido dentro de uma concha na areia © NataliaArkusha / stock.adobe.com
Os caranguejos-ermita escondem-se em conchas que encontram em terra.

Alimentação

O que comem os caranguejos-ermita?

Como os caranguejos eremitas são omnívoros, eles gostam de uma dieta bastante variada. No entanto, a comida para invertebrados é adequada para estes animais. Como complemento pode dar também vegetais (por exemplo couve-flor, ervilhas ou milho), frutas (por exemplo, ananás, banana ou uva), carne picada sem tempero (por exemplo, de frango) ou peixes e invertebrados (por exemplo, camarão). É natural que os seus caranguejos não comam sempre tudo o que lhes dá, assim, por questões de higiene, remova regularmente os restos de comida.

Por fim, não dê alimentos com açúcar ou sal aos seus caranguejos ermita. Doces ou sobras das nossas refeições podem causar problemas graves de saúde a estes animais.

Curiosidade: a cor dos caranguejos-ermita depende muito do que eles comem. Alimentos com uma elevada concentração de zeaxantina, um carotenóide importante, geram uma forte cor amarela a vermelha. O tecido também atua como um escudo contra os raios nocivos do sol.

Comprar caranguejos-ermita

Quanto custa um caranguejo-ermita?

O preço individual destes caranguejos varia entre os 4 e os 12 euros, ou seja, estes são animais de estimação bastante acessíveis. No entanto, ter estes animais em casa implica outras despesas que não deve subestimar. Assim, além dos gastos com os caranguejos conte também com os custos com todo o equipamento para a habitação. Além disso, lembre-se que existem gastos custos contínuos com alimentação e possíveis visitas ao veterinário.

Saúde

Os caranguejos-ermita são animais saudáveis

Regra geral, o stress e a ansiedade têm sempre um impacto negativo na saúde dos animais, mas os caranguejos eremitas são particularmente sensíveis. Assim, não os mova ou ande com eles na mão regularmente. Infelizmente, se estiverem stressados os caranguejos eremitas apresentam com alguma frequência problemas durante a muda que podem ser fatais.

A esperança de vida dos caranguejos eremitas na natureza situa-se entre os 10 e os 15 anos. No entanto, em cativeiro existem relatos de caranguejos que viveram mais de 30 anos.

Origem dos caranguejos-ermita

Como provavelmente já a adivinhou, os caranguejos-eremita vivem em áreas tropicais e subtropicais (por exemplo, ilhas no Indo-Pacífico) junto ao mar. No entanto, além da água salgada, estes animais também precisam viver perto de cursos de água doce para beber.

A proximidade da água é também essencial para a reprodução destes animais, visto que as fêmeas põem seus ovos no mar que eclodem de imediato. Em seguida, os caranguejos passam por vários estágios larvais, até se transformarem em pequenos caranguejos que vão à procura de uma casa adequada. Nesta fase os caranguejos deixam de viver no mar, e passam a viver em terra. Além disso, durante o dia procuram abrigo em cavernas e similares e estão ativos durante a noite.

Conclusão: os caranguejos-ermita são bons animais de estimação?

Tendo em consideração as características e cuidados que estes animais exigem, podemos concluir que são animais interessantes e adequados para manter em casa. Além disso, mesmo quem tem poucos conhecimentos facilmente encontra informações sobre estes crustáceos e pode tornar-se um especialista em pouco tempo.

Bilhete de identidade dos caranguejos-ermita

  • Nome: caranguejo-ermita, designação científica Coenobitidae
  • Tamanho: dependo da espécie, entre 1,2 e 16 cm
  • Terrário: muita areia, recipientes rasos para água, água salgada e doce, tamanho mínimo 80 x 40 x 40 cm
  • Temperatura: durante o dia 26 – 28 °C, à noite pelo menos 21 °C
  • Humidade: 70-90 %
  • Comida: omnivoro
  • Convivência: em grupo, cerca de 3-5 animais
  • Grau de dificuldade: adequado para iniciantes

Franziska G., Veterinária
Profilbild von Tierärztin Franziska Gütgeman mit Hund

Estudei medicina veterinária na Universidade Justus-Liebig em Gießen, onde pude ganhar alguma experiência em vários campos, como medicina para pequenos e grandes animais, medicina exótica, farmacologia, patologia e higiene alimentar. Desde então, não trabalhei apenas como autora veterinária. Também trabalhei na minha tese, que foi influenciada cientificamente. O meu objetivo é proteger melhor os animais contra patógenos bacterianos no futuro. Além do meu conhecimento, partilho as minhas próprias experiências como dono de um cão e, assim, consigo entender e dissipar medos e problemas, bem como outras questões de saúde animal.


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