Doença Hemorrágica Viral dos Coelhos (DHV) This article is verified by a vet

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Muitas vezes os donos só identificam os sintomas da doença hemorrágica dos coelhos numa fase avançada da doença.

Quando os coelhos sangram no nariz é preciso ter cuidado e atenção, visto que nem sempre este é um sintoma de um simples ferimento. De facto, o sangramento pode ser um sinal da doença hemorrágica viral dos coelhos. Neste artigo explicamos como pode identificar esta doença e o que fazer para evitar que os seus coelhos fiquem doentes.

Sintomas da doença hemorrágica dos coelhos

Esta é uma doença grave, visto que uma vez infetados, os coelhos podem morrer em poucas horas e alguns não apresentam qualquer sintoma. No entanto, em vários casos os coelhos apresentam hemorragias graves. Isto deve-se à inflamação que se desenvolve no fígado e que torna o sangue mais líquido. Assim, tenha em atenção os seguintes sintomas:

  • Hemorragia nasal
  • Vestígios de sangue nas fezes e urina
  • Dificuldades respiratórias
  • Febre alta e fraqueza
  • Mucosas da boca e olhos amareladas

Diagnóstico da DHV

Se suspeita que o seu coelho tem a doença hemorrágica viral, leve-o o mais rapidamente possível ao veterinário. No consultório, o veterinário colhe uma amostra de sangue e envia-a para um laboratório especializado, onde sangue é analisado para detetar a presença de patógenos. Além disso, o veterinário pode fazer uma ecografia para ver o estado dos órgãos internos do seu orelhudo. Se alguns órgãos, como por exemplo o fígado, estiverem inchados é sinal que o coelho pode mesmo ter DHV.

Infelizmente, muitas vezes a doença hemorrágica viral dos coelhos só é identificada após o coelho morrer. Isto deve-se ao facto de a progressão da doença ser extremamente rápida e, tal como mencionado acima, os coelhos não apresentarem sintomas. Assim, quando há suspeita de que o coelho faleceu devido à DHV, os patologistas fazem uma autópsia onde colhem amostras de tecidos de vários órgãos. A presença do vírus responsável por esta doença é detetada através de testes laboratoriais específicos, como por exemplo testes PCR.

Coelho no veterinário: O vírus da DHV dos coelhos pode ser identificado através de análises ao sangue © Elnur / stock.adobe.com
O vírus da DHV dos coelhos pode ser identificado através de análises ao sangue

Tratamento da doença hemorrágica viral dos coelhos

Atualmente não existe nenhum tratamento para a doença hemorrágica viral dos coelhos. Assim, a intervenção do veterinário tem por objetivo diminuir o sofrimento dos coelhos doentes através de medidas de suporte. Deste modo, o veterinário administra líquidos por via intravenosa para estabilizar o sistema circulatório. Além disso, geralmente também dá medicamentos que fortaleçam o sistema imunitário do coelho doente.

Prognóstico

Visto que a DHV progride rapidamente e que não tem tratamento, muitos coelhos não resistem à doença. Assim, é absolutamente essencial vacinar o seu orelhudo contra esta doença

Em que consiste a DHV dos coelhos?

A doença hemorrágica viral dos coelhos consiste, como o nome indica, numa infeção causada por um vírus que faz parte da família dos calcivírus. Este vírus pode surgir em duas formas:

  • Forma clássica do vírus encontrado em coelhos adultos
  • Nova forma, DHV-2 encontrado em coelhos jovens e também lebres

O vírus aloja-se e desenvolve-se primeiramente no fígado, causando a sua inflamação – hepatite – e por isso surgem hemorragias nos vários orifícios corporais dos coelhos, como o nariz, ânus, etc.

Curiosidade:

O vírus da doença hemorrágica viral dos coelhos foi identificado pela primeira vez na China em 1984. Em Portugal, este vírus foi detetado pela primeira vez no arquipélago da Madeira em 1987. Nos anos seguintes o vírus foi identificado quer nos Açores, quer no continente.

Formas de contágio

Os coelhos domésticos podem apanhar esta doença de diversas formas, tanto por contato com outros coelhos domésticos, como por contato com coelhos selvagens. Além disso, o contágio pode ser direto ou indireto:

Contágio direto

Se o seu coelho entrou em contato direto com outro coelho infetado ou se lamber superfícies infetadas, ele apanha a doença. Nesses casos, o vírus entra rapidamente no organismo do orelhudo pela boca ou através de alguma ferida. Outra forma de contágio direto é a comida, ou seja, os coelhos apanham o vírus se o ingerirem através da comida.

Contágio indireto

O contágio indireto dá-se maioritariamente através de insetos. Ao picar o coelho, um inseto que seja portador do vírus, vai contagiar o coelho, já que o vírus entra diretamente na corrente sanguínea do coelho.

Prevenir a doença hemorrágica viral dos coelhos

A forma mais eficaz de proteger os seus coelhos contra a DHV é sem dúvida, a vacinação. Os coelhos devem ser vacinados precocemente, entre as 4 e 6 semanas de vida. Existem vacinas de toma única e vacinas de duas tomas. No primeiro caso, o coelho é vacinado e só tem de levar o reforço passado um ano. No segundo caso, o coelho é vacinado em dois momentos com uma semana de intervalo. Ainda assim, também neste caso o coelho tem de ser vacinado anualmente. Por fim, se for fazer criação fale com o seu veterinário, visto que é aconselhável voltar a dar a vacina antes da procriação.

Além da vacinação, deve naturalmente ter cuidados com a higiene da gaiola e acessórios com os quais os seus coelhos estão em contato. Caso tenha coelhos doentes os cuidados devem ser redobrados. Nesse caso, comece por separar os coelhos doentes dos saudáveis. Em seguida, desinfete a gaiola e todas as superfícies por onde os coelhos andam. Em alternativa, pode usar água quente, ou seja, a mais de 60 graus para desinfetar a gaiola.


Franziska G., Veterinária
Profilbild von Tierärztin Franziska Gütgeman mit Hund

Estudei medicina veterinária na Universidade Justus-Liebig em Gießen, onde pude ganhar alguma experiência em vários campos, como medicina para pequenos e grandes animais, medicina exótica, farmacologia, patologia e higiene alimentar. Desde então, não trabalhei apenas como autora veterinária. Também trabalhei na minha tese, que foi influenciada cientificamente. O meu objetivo é proteger melhor os animais contra patógenos bacterianos no futuro. Além do meu conhecimento, partilho as minhas próprias experiências como dono de um cão e, assim, consigo entender e dissipar medos e problemas, bem como outras questões de saúde animal.


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